Nem
mesmo o diagnóstico de paralisia cerebral, a baixa visão e a limitação
motora impediram que o jovem Luiz Garcia, 30 anos, realizasse o sonho de
uma graduação. O estudante foi aprovado em duas universidades federais e
optou por cursar bacharelado e licenciatura em história na Universidade
de Brasília (UnB).
A formatura foi no mês passado. No fim de semana, com o diploma em
mãos, o jovem viajou com a família para o estado de São Paulo para mais
uma conquista: a cirurgia de córnea que poderá lhe devolver a visão
plena.
Em meio aos preparativos para mudança, o estudante falou à imprensa em
sua casa, na Vila Nova, em São Sebastião. Luiz disse que enfrentou
desafios durante os cinco anos de formação, mas que “tudo ficou mais
fácil” com o apoio dos pais e colegas tutores.
Devido à dislexia – um transtorno de aprendizagem – e à baixa visão
ocasionada pela paralisia cerebral, Luiz tem dificuldades para ler e
escrever. Todo o conteúdo foi aprendido na sala de aula, em áudios
enviados por amigos e nas apostilas lidas pelos pais, que eram
armazenadas em um gravador.
Quando precisou entregar trabalhos, Luiz contou com o apoio do pai para
transcrever o que ele ditava. A tecnologia também deu uma mãozinha.
"Aprendi a usar o microfone do teclado do celular para redigir textos",
conta.
O estudante atribui a escolha do curso aos bons professores que teve, e
ao interesse por disciplinas da área de humanas. Ele diz que ainda
pretende cursar jornalismo e no próximo ano vai tentar a aprovação em
outra instituição pública – a Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).
G1.com
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