Dois meses depois de se afastar da Prefeitura de Teresópolis (RJ), Mário
Tricano afirmou, em entrevista RJ Inter TV 1ª edição, nesta quinta-feira
(26), que entre os motivos particulares que o fizeram tirar a licença
está a reforma de seus três imóveis.
"Tirei [licença] porque tenho três prédios para serem reformados, meu
hotel para colocar as coisas em dia, meu haras e minha fazend. Tudo
isso estava relativamente parado e eu tinha que resolvear isso, como
coisas jurídicas aqui no escritório e eu precisava de tempo", revelou
Tricano.
Durante a entrevista, ele explicou que priorizou seus assuntos
particulares para não ser acusado de usar o horário laboral como
prefeito para resolver negócios privados.
"Se eu uso o tempo da Prefeitura para fazer os meus serviços particulares, iam me acusar", disse.
Entenda o caso
Em 23 de agosto, o prefeito Mário Tricano pediu afastamento do cargo
por até 180 dias e, na época, a
informação extraoficial era de que se tratava de problemas de saúde. No dia
24 de agosto, foi divulgado o ofício protocolado pelo prefeito na Câmara
em que a razão apresentada para o afastamento temporário foi "para assuntos de interesses particulares sem vencimentos".
Apesar de ter o pedido aceito pela Câmara na ocasião, nesta terça-feira
(24), o Legislativo publicou um decreto exigindo que Tricano volte a
assumir o cargo de prefeito em até dez dias. Caso contrário, segundo o
vereador Maurício Lopes, ele pode perder o mandato.
Segundo o prefeito, que entrou com uma liminar contra o pedido da Câmara, assim que os problemas dele forem resolvidos, voltará a ocupar o cargo público.
"A qualquer momento, uma vez que estejam resolvidos os meus problemas, eu posso retornar por livre e espontânea vontade, não por imposição de ninguém", disse.
Apesar da afirmação, ele diz que, caso a Justiça determine que tenha que voltar, acatará a decisão imediatamente.
OAB defende volta ao cargo
Para Rodrigo Ferreira, presidente da Ordem de Advogados do Brasil (OAB)
de Teresópolis, os interesses coletivos devem preponderar sobre os
particulares.
"Portanto, acreditamos que o Mário Tricano deverá retornar as suas
plenas atividades para as quais foi empossado", afirma o presidente da
OAB.
Rodrigo acrescenta que o município vem sofrendo graves crises políticas
e administrativas, que ganharam contornos trágicos após a catástrofe
climática de janeiro de 2011, cujos reflexos ele afirma que são
severamente sentidos por todos desde então, não havendo equilíbrio
financeiro, político e administrativo nos últimos seis anos.
G1.com
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