Há 1 ano Cadeia pública de Itapajé era cenário de uma chacina; 10 detentos mortos durante conflito




No dia 29 de janeiro de 2018, há exatamente um ano, a população de Itapajé acordava aterrorizada com a notícia de que uma verdadeira carnificina teria ocorrido na Cadeia Pública. Logo uma multidão se formou em frente ao prédio, localizado na Rua Antônio Carlos Braga, no centro da cidade. Polícia Militar, Civil e Agentes Penitenciários foram mobilizados e reforços foram deslocados de outros municípios. Mas apesar disso, já era tarde, a tragédia já estava consumada. Nas primeiras horas do dia dez presos foram brutalmente assassinados a tiros e com golpes de armas cortantes. A Polícia Civil não tinha dúvidas de que os crimes haviam sido cometidos por membros de facções rivais. Os familiares em busca de respostas se desesperavam.

Tão logo o controle da cadeia foi retomado pelas forças de segurança pública, as informações sobre as identidades das vítimas foram sendo divulgadas para a imprensa. Morreram Alex Alan de Sousa Silva, 19 anos; Francisco Mateus da Costa Mendes, 19 anos; Francisco Davi de Sousa Mesquita, 19 anos; Caio Mendes Mesquita, 19 ; William Aguiar da Silva, 20; Carlos Bruno Lopes, 27; Francisco Elenilson Sousa Braga, 33 anos; Francisco Elder Mendes Miranda, 35 anos; Manuel da Silva Viana, 37. A Pericia forense recolheu os corpos para autópsia. Dentro da cadeia foram encontrados dois revólveres, 38 munições, duas facas, drogas e aparelhos celulares. Posteriormente a Polícia descobriu que as armas entraram na unidade através de um adolescente aliciado pelas facções que ordenaram os crimes. Um único agente penitenciário era responsável pela segurança do local.

Após a chacina a Secretaria de Justiça e Cidadania  (atualmente Secretaria de Administração Penitenciária) determinou a transferência de 44 detentos para unidades na região metropolitana de Fortaleza. No dia seguinte a Delegacia Municipal de Itapajé instaurou inquérito policial e indiciou por homicídio qualificado seis internos por conta do episódio.

Além dos presos assassinados, outros oito ficaram feridos. Parte deles teve atendimento no hospital local e voltou à unidade. Outros três internos tiveram ferimentos mais graves e foram transferidos para unidade hospitalar na capital.

Ainda no dia 29 de janeiro de 2018, dia dos fatídicos acontecimentos, o Defensor Público que faz parte do Núcleo de Atendimento ao Preso Provisório (NUAPP), Emerson Castelo Branco, anunciou na tarde desta segunda-feira, 29, que a Defensoria Pública do Ceará iria entrar com as ações de indenizações referente aos 10 presos mortos. O Defensor esteve no município e conversou com familiares das vítimas do massacre.

No início deste ano a cadeia foi definitivamente desativada e todos os detentos transferidos para outras unidades.

O massacre entrou para a história como o maior episódio de violência da história de Itapajé.

*Publicação elaborada pelo Blog cujo texto é de autoria de Mardem Lopes, responsável pelo Setor de Redação da Atitude FM. Vídeo TV Atitude.



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