Uma professora, duas auxiliares educacionais e a diretora de uma creche municipal de Fraiburgo,
no Oeste catarinense, foram exoneradas após denúncia de que uma máscara
de pirata era usada para assustar bebês da turma do Berçário 2 que
choravam ou desobedeciam. A Secretaria Municipal de Educação também viu
uma criança da mesma sala colocada dentro de uma caixa de papelão porque
estava "de castigo".
A prefeitura acionou o Conselho Tutelar e abriu um inquérito
administrativo para investigar o caso. As educadoras tinha contrato
temporário assinado com a prefeitura e foram exoneradas no dia 20 de
outubro.
Segundo a administração municipal, a mãe de uma criança procurou a
Secretaria de Educação para denunciar a situação. “Eu classifico não só
como maus-tratos à criança, mas como tortura. Uma máscara dessas para um
adulto é inofensiva, mas para uma criança tão pequena pode ser
aterrorizante”, afirmou a secretária de Educação Tânia da Silva
Ferreira.
Bebê de castigo em caixa de papelão
Conforme a secretária, em supervisões de rotina, a direção foi alertada
para situações pontuais que demonstravam pouca naturalidade no trato
com os alunos. Os matriculados na turma do Berçário 2 têm entre 0 e dois
anos.
“Uma vez eu flagrei uma professora gritando com uma criança e pedi que a
diretora tomasse providência, não toleramos uma postura assim. Quando
recebi a denúncia sobre a máscara, corri até a escola e encontrei uma
criança dentro de uma caixa de papelão chorando. Eu a peguei no colo e
questionei uma das professoras, exigi uma explicação sobre o por quê de o
bebê estar ali e soube que estava de castigo. Isso é inadmissível, é
chocante demais”, protestou Tânia Ferreira.
Parecer em 15 dias
Segundo a secretária, nos próximos dias devem ser ouvidas testemunhas e
provas devem ser anexadas ao processo administrativo, entre outros
procedimentos. Em até 15 dias, um parecer será emitido pela prefeitura.
“As educadoras exoneradas tinham um vínculo por contrato temporário com
o município. Meu objetivo é que pessoas assim nunca mais trabalhem em
uma sala de aula”, afirmou.
O Conselho Tutelar informou que, por enquanto, para preservar a
investigação, prefere não se manifestar sobre o caso. A Polícia Civil de
Fraiburgo informou que até o fim da tarde desta quinta (26), não havia
sido informada sobre a ocorrência.
A Secretaria de Educação do município disse que a diretora exonerada
não teve participação direta no incidente com as crianças.
G1.com
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